Investir é uma prática fundamentada na aplicação de recursos com a expectativa de que, ao longo do tempo, esses recursos se valorizem, gerando uma rentabilidade futura. O fator tempo é uma constante em qualquer tipo de investimento, e justamente devido às incertezas associadas ao futuro, surge um dos elementos mais importantes nas análises de investimentos: o risco.
O risco pode ser medido de diferentes maneiras, mas é essencial que o investidor tenha uma compreensão clara do tipo de investimento que está realizando, dos riscos envolvidos e de como alinhar esses riscos com suas expectativas de rentabilidade. Em outras palavras, é crucial que o investidor saiba até que ponto está disposto a tolerar um resultado inesperado, ou mais claramente, até onde aceita perder parte do capital ou da rentabilidade projetada.
É importante lembrar que investimentos financeiros, em sua maioria, envolvem a entrega de recursos a terceiros, como no caso de um empréstimo (ou crédito), em que o valor aplicado deverá ser devolvido futuramente, acrescido de algum tipo de remuneração, como os juros. Existem também investimentos onde não há uma obrigação contratual de devolução, como é o caso das ações de uma empresa. Nessa situação, o investidor espera obter retorno através dos lucros da empresa, distribuídos na forma de dividendos, ou por meio da valorização das ações.
Há ainda outras formas de investimento, como moedas, metais preciosos e criptomoedas, que não estão necessariamente ligadas a um contrato ou à participação em uma empresa. Esses ativos são mais voláteis, pois suas oscilações de valor nem sempre estão relacionadas a fundamentos econômicos, como ocorre com as ações.
Independentemente do tipo de investimento, o fator tempo introduz uma camada de incerteza quanto à realização da rentabilidade esperada e, em alguns casos, até mesmo quanto ao retorno do capital investido. Essa incerteza é, em essência, o risco.
Principais tipos de riscos a serem considerados:
1. Risco de mercado: Refere-se à possibilidade de perda de valor devido às variações nos preços dos ativos no mercado financeiro.
2. Risco de crédito: A chance de o investidor não receber de volta o valor investido, caso o devedor não cumpra suas obrigações, muitas vezes por fatores inesperados e não necessariamente por má-fé.
3. Risco de liquidez: A dificuldade em vender um ativo ou título antes do seu vencimento sem sofrer uma significativa perda de valor, devido à falta de compradores no mercado.
4. Risco operacional: Relacionado a falhas nos processos internos, má gestão, problemas tecnológicos ou erros humanos que possam impactar negativamente o investimento.
5. Risco cambial: Mais relevante em investimentos internacionais ou em ativos atrelados a moedas estrangeiras, como dólar ou euro, que podem ter seu valor afetado pela variação das taxas de câmbio.
6. Risco de rebaixamento de rating: Ocorre quando agências de classificação de risco reduzem a nota de crédito de um emissor, sinalizando uma deterioração na capacidade de pagamento, o que pode desvalorizar o título no mercado.
Além desses, existem outros riscos mais incomuns, como os de fraude, de catástrofes e de mudanças regulatórias. É essencial que o investidor realize uma análise abrangente para avaliar esses riscos durante o processo de tomada de decisão, buscando equilibrar a relação entre retorno e risco de acordo com seus objetivos.
Entender e monitorar os riscos é um passo fundamental para construir uma estratégia de investimento sólida, que seja capaz de proporcionar tranquilidade e resultados consistentes no longo prazo.